Tecnossauro é um termo criado pelo autor italiano Nicola Nosengo e apresentado no livro “A extinção dos Tecnossauros”. Refere-se aos objetos tecnológicos que caíram em desuso, foram abandonados, ou não emplacaram. Existem tecnossauros mais e menos famosos, mais e menos esquecíveis. Entre os famosos estão laser-disc, o fax (este fez sucesso!), palmtops, etc. Entre os menos famosos, descobri um curioso. Em plena década de 1990, havia um aparelho que apitava quando chegava um novo-email! Hoje seria uma sirene.
Mas às vezes, um tecnossauro surpreende e ressuscita. O toca-discos de vinil é exemplo glorioso de um tecnossauro que deu a volta por cima, para desespero de quem se livrou dos vinis, vinte anos atrás.
Será que existe noção equivalente para softwares? Tipo softwaressauros?
Se você viveu o início da Internet talvez se lembre do gerenciador de emails Eudora, do navegador Netscape e do editor de imagens PaintShop, do buscador Cadê, entre outros. Talvez você tenha feito parte de alguma comunidade do Orkut também. Todos tecnossauros campeões em suas áreas.
O aparecimento e desaparecimento desses programas dão uma ideia de sociedade e da cultura de uma época. Todo tecnossauro tem uma agenda que não vingou ou uma metáfora que deixou de funcionar. O que entendíamos por “comunidade” no Orkut é bem diferente da ideia de “grupo” no Facebook, se é que podemos comparar. Usar o Orkut não trazia gratificação emocional na forma de likes ou coisa parecida. Isso virou, simplesmente, o motor das redes sociais.
Quais cataclismas fazem surgir tecno e softwaressauros?
A mudança de versão do sistema operacional dos computadores é um deles. Mas há também empresas que fabricam tecnossauros e softwaressauros de forma deliberada e maliciosa. A Apple foi multada recentemente por atualização que inutilizava os aparelhos da companhia (link para isso, se você não acredita: https://www.tecmundo.com.br/mercado/131418-apple-multa-atualizacao-inutilizava-aparelhos-iphone.htm ).
Profissões inúmeras ao longo da história também viraram profissauros e sobre isso deveríamos nos preocupar bastante. Nicholar Carr, no livro “Será que TI é tudo?” cita o exemplo do profissional de energia elétrica. No final do século XIX, quando as indústrias tiveram que fazer grandes investimentos em energia elétrica para e manterem competitivas, havia a figura do “diretor de energia elétrica”. De certa forma algo parecido pode estar acontecendo hoje…Quando tudo for TI, ainda existirá um diretor de TI ?
No campo da educação, podemos construir um parque dos tecnossauros e softwaressaurosà parte, com muitos professauros soltos dentro dele, mas isso fica para outro texto. Abraços.